Na alimentação, já é possível substituir todos os produtos de origem animal por vegetais. Na moda, nem sempre é assim tão fácil. Mas Carmen Hijosa, designer de moda nascida na Espanha, PhD em pesquisa de tecidos e de fibras naturais pelo Royal College of Art, de Londres, decidiu contribuir para as possibilidades de escolha de quem não quer vestir, calçar ou sentar-se sobre couro de origem animal. Assim, criou um material feito a partir da fibra das folhas do abacaxi e o batizou de “Piñatex”, lançado oficialmente na capital inglesa no final de 2014. O jornal inglês The Guardian publicou um excelente artigo sobre esse material, resumido a seguir:
“Em casamentos e eventos formais nas Filipinas, os homens muitas vezes podem ser vistos usando sobre a camisa uma peça de roupa bordada, fina e transparente, o Barong Tagalog. Um dos materiais mais surpreendentes utilizados em sua fabricação é feito a partir das fibras de folhas de abacaxi – e os fios longos das folhas em breve poderão também ser usados para fazer uma série de outros produtos, desde roupa esportiva, sacolas e estofamento de carros. Chamado Piñatex – piña é como os espanhóis denominam o abacaxi – o novo material foi criado por Carmen Hijosa, que trabalhou como consultora na indústria de artigos de couro das Filipinas na década de 1990. Ela não gostou muito do padrão de bens produzidos e começou a procurar alternativas. A força e a delicadeza das fibras das folhas de abacaxi utilizados na Barong Tagalog lhe indicaram logo de início que havia outra opção: “Eu estava procurando uma alternativa ao couro. Esse foi o começo do meu pensamento. O que está nessas belas bolsas de couro que não é couro?’”, disse a designer espanhola.
A descoberta ocorreu quando Hijosa percebeu que poderia fazer uma malha não urdida – um tecido ligado em conjunto, sem tricotagem ou tecelagem – a partir de fibras longas, de modo semelhante ao feltro. As fibras que compõem o Piñatex são extraídas pelos agricultores das folhas de abacaxi, as quais são processadas industrialmente para que o tecido seja produzido. Os resíduos do processo são convertidos em adubo, propiciando um rendimento adicional aos agricultores.
Piñatex pode ser tingido, impresso, e tratado de forma a se obterem diferentes tipos de textura, o que permite que se aproxime do couro, com espessuras variadas. Para peças que se desgastam com facilidade, como bolsas, é necessário um material mais grosso . “Nós podemos fazer sapatos, malas, cadeiras e sofás. Até mesmo painéis. Eventualmente, podem ser produzidos revestimentos para o interior de carros.”, afirmou a pesquisadora. E acrescentou: “Somos totalmente inovadores. Somos uma alternativa ao couro e aos têxteis à base de petróleo, produzindo algo que é sustentável e tem uma base sociológica e ecológica sólida. E não estou realmente preocupada se ele se parece com couro, porque tem que começar a parecer consigo mesmo.”
http://www.todafruta.com.br/tecido-feito-de-fibras-de-abacaxi-pode-substituir-o-couro/
16 abacaxis, 480 folhas, 14 meses – Cada pé de abacaxi possui entre entre 30 a 40 folhas, cada uma com cerca de 1 metro de comprimento. Para produzir 1 m2 de Piñatex de espessura média, são necessárias 480 folhas – ou o subproduto de 16 abacaxis.
Um tecido feito a partir de fibras de abacaxi pode ser um excelente substituto ao couro animal. Apelidado de Piñatex, o material foi criado pela designer espanhola Carmen Hijosa, a partir de uma técnica tradicional nas Filipinas, em que as fibras da fruta são usadas para a fabricação de uma camisa especial, chamada Barong Tagalog.
A descoberta surgiu a partir do descontentamento de Carmen. Após trabalhar durante anos na indústria do couro, ela percebeu que era necessário criar uma matéria-prima alternativa e mais sustentável. O Piñatex começou a tomar forma quando a designer percebeu que era possível transformar as fibras do abacaxi em uma malha não-tecida, ou seja, que se conecta sem que seja necessário tricotagem ou tecelagem.
As fibras que compõe o material são extraídas das folhas de abacaxi antes mesmo de serem cortadas da plantação. A partir daí, elas são cortadas em camadas e colocadas em um processo industrial, do qual o resultado é o tecido. O subproduto desta prática é apenas uma biomassa, que pode ser usada como adubo natural, garantindo um ganho extra aos produtores.
Após a manufatura, as fibras ganham uma aparência semelhante a uma tela de pintura, que pode ser tingida com qualquer cor e impressa de várias formas, com o intuito de obter texturas diferentes. Esse tratamento permite que o Piñatex fique ainda mais semelhante ao couro.
De acordo com Carmen Hijosa, o material pode ser usado na fabricação de sapatos, bolsas, estofados para sofás e cadeiras, roupas, painéis, estofados automotivos e muito mais.
O Piñatex foi lançado na Europa em 2014 e diversas marcas já o utilizam em protótipos de produtos veganos e totalmente livres de crueldade animal.
http://ciclovivo.com.br/noticia/tecido-de-fibra-de-abacaxi-pode-substituir-couro-animal/
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