sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Mousse Vegana

Por Andreia Guerreiro 

De chocolate, frutos vermelhos, de manga ou de oreo — a mousse, de uma forma ou de outra, acaba sempre por virar à nossa mesa e, minutos depois, à boca. Primeiro sentimo-nos as pessoas mais felizes do mundo, mas depois parece que cometemos a maior tragédia do ano.

Para quem está a seguir a dieta mas não dispensa um bom doce, há uma solução sem lactose e sem açúcar refinado ou edulcorantes. Chama-se mousse de manteiga de amendoim.

O melhor é que esta receita também é ideal para quem tem uma alimentação vegan, basta substituir o mel por xarope de agave ou por geleia de arroz. “Para os intolerantes a lactose ou para quem segue um estilo de vida paleo, a manteiga de amendoim pode ser trocada por manteiga de amêndoa”, aconselha a criadora da receita e nutricionista Bárbara de Almeida Araújo.

Por ser rica em gorduras boas, proteína, antioxidantes, vitaminas do complexo B e minerais, como magnésio, fósforo e potássio, esta mousse é perfeita para qualquer hora do dia. Segundo a autora do blogue “Manias de Uma Dietista“, esta mousse também vai manter-nos saciados durante mais tempo.

Quando quiser variar, pode sempre utilizar esta receita para uma cobertura de panquecas, cupckaes ou para acompanhar fruta fresca.

Três ingredientes e cinco minutos é tudo o que precisa. Tome nota.
Ingredientes:

— Uma lata de leite de coco;
— Três a quatro colheres de sopa de manteiga de amendoim (ou amêndoa);
— Duas a três colheres de sopa de xarope de agave.
Modo de preparação:

Comece por colocar a lata de leite de coco no frigorífico (deixar durante a noite). Depois, retire a parte sólida que fica por cima e coloque numa tigela. Bata o creme de coco até ficar cremoso e adicione a manteiga de amendoim a gosto, e depois o xarope de agave. De seguida, leve ao frigorífico durante algumas horas antes de comer, pelo menos três a quatro horas, para ficar mais firme. Pode adicionar toppings a gosto.

Dica: pode aproveitar o líquido que sobra da lata de leite de coco para batidos.

https://nit.pt/fit/alimentacao-saudavel/esta-mousse-manteiga-amendoim-vegan-ideal-todas-as-horas-do-dia 

domingo, 18 de junho de 2017

Couro ou sintético?



Frequentemente me perguntam se “é melhor comprar uma peça de couro ou uma de material sintético?”. Bem, eu não gosto de simplesmente colocar um como “bom” e outro como “mau” porque as coisas nunca são assim tão simples. É preciso olhar mais a fundo para o processo de produção dos dois produtos para chegarmos à melhor conclusão.

Eu demorei cerca de um ano para me sentir segura para expressar qualquer opinião definitiva sobre o assunto. Precisei pesquisar e ouvir diversos pontos de vista para entender o que deve ser levado em consideração quando o assunto é couro e não couro. Por isso, ao invés de dar uma resposta pronta, a proposta é parar e pensar.

Couro “sintético”, couro “vegetal”, couro natural, couro “ecológico”, couro eco-friendly e látex.

Antes de qualquer coisa, é importante entender as nomenclaturas da indústria. Por lei, a palavra “couro” só pode ser usada para descrever peles de animais. Os termos “couro sintético” e “couro vegetal” têm uso proibido no Brasil. Em inglês, você pode encontrar os termos faux leather, patent leather, ou man-made material, todos para designar material sintético.

Por aqui, a nomenclatura usada para materiais provenientes do petróleo é “material sintético” (PU, polietileno ou PVC). O termo “material tecnológico” também vem aparecendo por aí, mas não deixa de ser um material sintético. Já o “couro vegetal” normalmente era usado para falar sobre uma espécie de borracha com aparência de couro proveniente da Amazônia. Hoje, peças feitas com esse material contam com os termos “látex” ou “borracha”.

Couro “ecológico” às vezes era usado para designar materiais sintéticos, às vezes para designar materiais de origem vegetal. É uma nomenclatura confusa, então é preciso sempre confirmar o que a marca quer dizer com couro ecológico, já que o termo, mesmo sendo proibido, ainda é usado. Couro natural é simplesmente couro. Por conta da variedade de materiais e certa confusão das nomenclaturas, marcas que trabalham com couro passaram a usar o termo “couro natural” ou “couro legítimo”.

Por fim, o couro ecofriendly normalmente se refere ao material curtido com taninos vegetais ao invés de metais pesados e corantes sintéticos. Mas é importante confirmar essa informação com a marca porque hoje os termos ecofriendly e sustentável vêm sendo usados sem muitos critérios. Esse tipo de material não é comum na indústria.

Questão de ética e respeito aos animais.

Uma série de coisas deve ser levada em consideração nessa escolha para ela poder ser, de fato, consciente. A primeira delas é a questão animal, afinal, animais não são produtos. Entretanto, falando de mercado de massa (e não de mercado de luxo), é importante lembrar que o couro é apenas a ponta de um iceberg.

Enquanto vivermos numa sociedade onde a carne e o leite são consumidos de maneira exagerada, o couro e outros produtos provenientes do abate animal, como a banha e o colágeno, estarão sempre disponíveis no mercado. Não podemos jamais desconsiderar a alimentação quando o assunto é couro.

Uma vaca leiteira, por exemplo, vive apenas cerca de 5 anos, quando seu ciclo de vida natural seria de 20, isso porque seu corpo não aguenta a produção forçada de leite (cerca de 4 vezes mais do que o natural). Quando essas vacas morrem, suas peles são prontamente vendidas. O couro de vitelo também é, em grande parte, resultado da indústria leiteira. Um dia depois de dar à luz, os filhotes machos ou são vendidos para outras fazendas de abate ou são confinados em cubículos para se tornarem baby beef.

Não que a indústria do couro não seja valiosa por si só. Mas ela está muito relacionada e dependente da produção pecuária para alimentação. Se houver uma queda na produção de animais para carne e leite, a disponibilidade do couro de vaca e porco no mercado, sem dúvidas, seria outra. Não é coincidência que os países com maior disponibilidade de carne, como Brasil e Índia, são também os países mais reconhecidos pela abundância de couro e estão entre os maiores exportadores do mundo.

No âmbito da ética animal, é importante abrir mão do couro de qualquer animal, mas é mais importante e urgente rever o consumo diário de produtos de origem animal na alimentação. Apenas deixar de consumir produtos de couro não ajuda muito minimizar o abate dos animais.

O couro, o petróleo e o meio ambiente.

A ideia de que o couro é um produto natural, biodegradável e menos impactante ao meio ambiente permeia o consciente coletivo. O couro cru é um material natural, mas antes do couro chegar em nossas mãos em forma de bolsas, sapatos, cintos e jaquetas, ele passa por um extenso processo químico extremamente poluente.

Arsênico, cromo e outros metais pesados são usados para transformar uma pele que apodreceria em poucas dias em um “material durável”. Países da Ásia e da África já veem rios completamente tingidos e poluídos com cromo e arsênico, e comunidades inteiras doentes por ingerir os resíduos não tratados da indústria. The Toxic Price Of Leather, um curta-documentário excelente responsável por mostrar os impactos da indústria na cidade de Kanpur, na Índia, e What Are Your Shoes Stepping On? refletem bem a realidade dos curtumes

No Brasil, a legislação é um pouco melhor, sem dúvidas, mas mesmo que a indústria respeite todas as leis ambientais, o que sabemos não acontecer, produzir couro consome 20% mais energia do que produzir um material oriundo do petróleo, como o PU*. Em todo o seu ciclo, o couro sintético tem apenas um terço do impacto ambiental do couro e é o material mais impactante para o meio ambiente quando comparado com as dez matérias-primas mais comuns na indústria da moda.

Por fim, não existe couro “biodegradável” não só por que a pele passa por um tratamento químico intenso, como também porque tudo que vai parar em aterros sanitários, ambientes anaeróbios, não biodegrada independente de ter propriedades biodegradáveis ou não. Em comparação ao material sintético, a opção natural degrada mais rápido, de fato, porém o seu processo de degradação gera gases poluentes da mesma maneira.

Entendendo qualidade e ponderando durabilidade.

Uma das questões mais complicadas na comparação couro e sintético é qualidade e durabilidade. O material sintético é extremamente durável, afinal, ele é feito do mesmo material de petróleo, e demora anos para se desfazer. Porém, o material sintético não envelhece tão bem quanto o couro, o que acaba ocasionando essa fama de pouco durável. De fato, o couro tem uma relação com o tempo e o uso muito mais positiva que os materiais sintéticos amplamente usados hoje.

Entretanto, as pessoas costumam se desfazer das peças antes mesmo delas demostrarem sinal de muita idade e logo as substituem por outros produtos. Na prática, nunca teremos uma bolsa ou um sapato durante a vida toda, isso costuma valer só para herdeiras de bolsas Hermés e olhe lá. Pondere muito bem a questão da durabilidade levando em consideração o produto a ser comprado e seus hábitos de consumo. Comprar 1 jaqueta de couro a cada cinco anos é diferente de comprar um sapato de couro todo mês. Que também é diferente de comprar um sapato de couro por ano ou um de plástico uma vez por semana.

No quesito qualidade, com o avanço da tecnologia e com o aumento da demanda por produtos livres de matéria-prima de origem animal, a moda vem nos prestigiando com bons produtos de material sintético, e ainda alternativas muito mais ecológicas do que o couro. Antes, o sintético era visto como a versão mais barata do produto “original”. Hoje, marcas de luxo como Stella McCartney e Jill Milan já fazem uso do sintético em suas coleções. É possível encontrar produtos de material sintético de qualidade, basta procurar e investir uma graninha a mais.

Entenda os valores da marca.

Outra coisa que eu levo em consideração antes de fazer a minha escolha é: essa marca só existe para vender produtos de couro ou ela tem opções veganfriendly? Aqui no Modefica, nós decidimos não falar sobre marcas que não tenham opções vegans. Seja de moda, alimentação ou beleza. A marca não precisa ser vegan, mas precisa sim oferecer esse tipo de produto.

Nós ignoramos marcas que ignoram esse mercado. Para nós, é muito importante que qualquer marca esteja atenta à essa demanda e crie produtos de qualidade para todos os públicos. Essa atenção ajuda a criar variedade e mostrar para as pessoas que é possível optar por produtos livres de crueldade sem ser preciso sacrificar estilo pessoal. Quanto mais mercado, mais pesquisa e tecnologia serão feitas para criar materiais cada vez melhores e atraentes.

Não deixe de se atentar também ao marketing. Levante as duas sobrancelhas se a marca trabalha com couro curtido por processo químico e se autointitula sustentável. Como já falamos, o couro jamais pode ser considerado um produto sustentável, mesmo se desconsiderarmos completamente o impacto e a poluição da pecuária. Nesse caso, ou a marca não sabe o que está falando e não entende o impacto dos produtos que vende, ou então realmente está se aproveitando de uma preocupação do consumidor para se posicionar de maneira falsa.

Mas e se fosse couro de cachorro?

É de conhecimento geral que na China e na Coreia a carne do cachorro é tão normal quanto a carne da vaca ou porco. Por esse motivo, o couro de cachorro também é um mercado explorado por lá e esse couro chega no ocidente travestido de couro de cabra. Ler “100% couro de cachorro” na composição dos produtos provavelmente afastaria muitos consumidores.

Quando compramos couro proveniente da Ásia – principalmente em peças de pequeno formato como luvas, carteiras e porta-moedas – podemos estar comprando couro de cachorro. É difícil saber, de fato, a origem do couro dos produtos, mas se o produto for feito na China, Coreia e região, o couro nem sempre é de vaca, cabra ou porco.

E se eu quiser uma bolsa de luxo?



O couro usado em marcas de luxo normalmente se torna prioridade nas fazendas de animais. É preciso um material de melhor qualidade, ou seja, sem marcações de ferro, mordidas de bicho e machucados em geral para o couro ser considerado excelente.

Por esse motivo, é seguro dizer que o couro das bolsas de luxo acaba sendo o produto do abate, e a carne se torna “subproduto”. Prefira opções de luxo livre de couro – como já falamos, Stella McCartney e Jill Millan, e algumas outras marcas de luxo como Marni e Issey Miyake já contam com opção vegan friendly também.

Outra saída é comprar bolsas de segunda mão em lojas especializadas ou artigos vintage. Nos produtos de segunda mão você vai pagar mais barato, já nos artigos vintage você pagará mais caro, mas terá um produto bem único se comparado à massiva indústria das “itbags”.

Entretanto, não torne essa compra um hábito, pois, na outra ponta, você alimenta a indústria do mesmo jeito: pessoas que revendem as “itbags” que não querem mais provavelmente comprarão outra para depois revender e comprar e assim por diante. Opte por comprar apenas aquela bolsa que você tem certeza que vai usar muito e guardar por muitos anos.

Conclusão.

Você pode ainda estar se perguntando se eu, pessoalmente, compro produtos de couro ou não. Na verdade, há cerca de dois anos que esse tipo de aquisição não rola por aqui. O produto de couro mais recente que entrou no meu guarda-roupa foi uma troca. Ele estava no armário de uma amiga sem nunca ter sido usado, por motivos de estética, enquanto eu tinha algumas coisas na mesma situação e que interessavam para ela. Nós trocamos, ninguém comprou nada e colocamos as peças em uso.

Basicamente, isso quer dizer que é necessário sempre ponderar todas essas questões antes de decidir a sua compra. É algo que você não deve deixar nenhuma marca com slogans “sustentáveis” ou que te prometem qualidade e vida eterna fazer por você. Você vai precisa parar, refletir e fazer você mesma a sua escolha consciente.

*Fonte: To Die For, pág 193-194

http://www.modefica.com.br/couro-ou-sintetico-o-que-levar-em-consideracao-antes-de-fazer-a-sua-escolha/#.WUatH2jytPY

Couro curtido com tanino vegetal, sem cromo nem metal pesado.


Cogumelo pode substituir o couro e a camurça


Tecido feito a partir do cogumelo pode substituir o couro e a camurça


O “Muskin” é extraído da parte superior dos cogumelos, chamando a atenção pelo conforto e qualidade do material (totalmente natural)






A indústria da moda é reconhecidamente um dos setores mais prejudiciais para o meio ambiente, responsável pela emissão de uma das maiores quantidades de gases de efeito estufa. Até por isso, uma grande tendência de novos conceitos estéticos tem sido lançada ao longo dos últimos anos, trazendo boas novas para o mercado e também para o meio ambiente.

Recentemente, uma empresa italiana conhecida como Grado Zero Espacce desenvolveu um tecido feito à base de cogumelos e altamente resistente. O Muskin, nome dado à invenção, chamou a atenção dos seus desenvolvedores pela semelhança do material com a camurça e também com o couro. A principal vantagem do novo tecido é o fato de ser completamente natural, tornando-o valiosíssimo para o desenvolvimento sustentável.

Segundo os italianos, o Muskin tem as características necessárias para se tornar um sucesso no mundo da moda, não só por sua qualidade estética e conforto das peças, mas, sobretudo, pela maneira como o tecido é fabricado. Em seu site, os criadores explicam que o material é obtido a partir da extração da parte superior dos cogumelos, onde ocorre todo o processamento natural que resultará no Muskin.

As principais qualidades do tecido, quando comparado com o couro e a camurça, é o fato de ser um material não-tóxico, além de não estimular a proliferação de bactérias e liberar toda umidade absorvida quando exposto a lavagens. Todos estes aspectos valorizam ainda mais o material, já que o Muskin poderá ser usado em peças que entram em contato direto com a pele das pessoas.

A venda do tecido, ainda que com estoque limitado, já está disponível, com garantia do fabricante de que a empresa já conta com estrutura suficiente para atender produções em pequenas escalas. Sendo comercializado no tamanho médio de 20x40cm, o Muskin pode ser aproveitado para confecção de bolsas, chapéus, calçados e outros acessórios.

http://www.pensamentoverde.com.br/sustentabilidade/tecido-feito-partir-cogumelo-pode-substituir-o-couro-e-camurca/

Fibras de abacaxi



Na alimentação, já é possível substituir todos os produtos de origem animal por vegetais. Na moda, nem sempre é assim tão fácil. Mas Carmen Hijosa, designer de moda nascida na Espanha, PhD em pesquisa de tecidos e de fibras naturais pelo Royal College of Art, de Londres, decidiu contribuir para as possibilidades de escolha de quem não quer vestir, calçar ou sentar-se sobre couro de origem animal. Assim, criou um material feito a partir da fibra das folhas do abacaxi e o batizou de “Piñatex”, lançado oficialmente na capital inglesa no final de 2014. O jornal inglês The Guardian publicou um excelente artigo sobre esse material, resumido a seguir:

“Em casamentos e eventos formais nas Filipinas, os homens muitas vezes podem ser vistos usando sobre a camisa uma peça de roupa bordada, fina e transparente, o Barong Tagalog. Um dos materiais mais surpreendentes utilizados em sua fabricação é feito a partir das fibras de folhas de abacaxi – e os fios longos das folhas em breve poderão também ser usados para fazer uma série de outros produtos, desde roupa esportiva, sacolas e estofamento de carros. Chamado Piñatex – piña é como os espanhóis denominam o abacaxi – o novo material foi criado por Carmen Hijosa, que trabalhou como consultora na indústria de artigos de couro das Filipinas na década de 1990. Ela não gostou muito do padrão de bens produzidos e começou a procurar alternativas. A força e a delicadeza das fibras das folhas de abacaxi utilizados na Barong Tagalog lhe indicaram logo de início que havia outra opção: “Eu estava procurando uma alternativa ao couro. Esse foi o começo do meu pensamento. O que está nessas belas bolsas de couro que não é couro?’”, disse a designer espanhola.

A descoberta ocorreu quando Hijosa percebeu que poderia fazer uma malha não urdida – um tecido ligado em conjunto, sem tricotagem ou tecelagem – a partir de fibras longas, de modo semelhante ao feltro. As fibras que compõem o Piñatex são extraídas pelos agricultores das folhas de abacaxi, as quais são processadas industrialmente para que o tecido seja produzido. Os resíduos do processo são convertidos em adubo, propiciando um rendimento adicional aos agricultores.

Piñatex pode ser tingido, impresso, e tratado de forma a se obterem diferentes tipos de textura, o que permite que se aproxime do couro, com espessuras variadas. Para peças que se desgastam com facilidade, como bolsas, é necessário um material mais grosso . “Nós podemos fazer sapatos, malas, cadeiras e sofás. Até mesmo painéis. Eventualmente, podem ser produzidos revestimentos para o interior de carros.”, afirmou a pesquisadora. E acrescentou: “Somos totalmente inovadores. Somos uma alternativa ao couro e aos têxteis à base de petróleo, produzindo algo que é sustentável e tem uma base sociológica e ecológica sólida. E não estou realmente preocupada se ele se parece com couro, porque tem que começar a parecer consigo mesmo.”

http://www.todafruta.com.br/tecido-feito-de-fibras-de-abacaxi-pode-substituir-o-couro/

16 abacaxis, 480 folhas, 14 meses – Cada pé de abacaxi possui entre entre 30 a 40 folhas, cada uma com cerca de 1 metro de comprimento. Para produzir 1 m2 de Piñatex de espessura média, são necessárias 480 folhas – ou o subproduto de 16 abacaxis.

Um tecido feito a partir de fibras de abacaxi pode ser um excelente substituto ao couro animal. Apelidado de Piñatex, o material foi criado pela designer espanhola Carmen Hijosa, a partir de uma técnica tradicional nas Filipinas, em que as fibras da fruta são usadas para a fabricação de uma camisa especial, chamada Barong Tagalog.

A descoberta surgiu a partir do descontentamento de Carmen. Após trabalhar durante anos na indústria do couro, ela percebeu que era necessário criar uma matéria-prima alternativa e mais sustentável. O Piñatex começou a tomar forma quando a designer percebeu que era possível transformar as fibras do abacaxi em uma malha não-tecida, ou seja, que se conecta sem que seja necessário tricotagem ou tecelagem.

As fibras que compõe o material são extraídas das folhas de abacaxi antes mesmo de serem cortadas da plantação. A partir daí, elas são cortadas em camadas e colocadas em um processo industrial, do qual o resultado é o tecido. O subproduto desta prática é apenas uma biomassa, que pode ser usada como adubo natural, garantindo um ganho extra aos produtores.

Após a manufatura, as fibras ganham uma aparência semelhante a uma tela de pintura, que pode ser tingida com qualquer cor e impressa de várias formas, com o intuito de obter texturas diferentes. Esse tratamento permite que o Piñatex fique ainda mais semelhante ao couro.

De acordo com Carmen Hijosa, o material pode ser usado na fabricação de sapatos, bolsas, estofados para sofás e cadeiras, roupas, painéis, estofados automotivos e muito mais.

O Piñatex foi lançado na Europa em 2014 e diversas marcas já o utilizam em protótipos de produtos veganos e totalmente livres de crueldade animal.

http://ciclovivo.com.br/noticia/tecido-de-fibra-de-abacaxi-pode-substituir-couro-animal/



quarta-feira, 14 de junho de 2017

Eco Fashion Week



Todos aqueles que são apaixonados pelo mundo da moda conhecem ou já ouviram falar sobre a Fashion Week. Esse evento é realizado duas vezes por ano, em diversas cidades do mundo, como São Paulo, Paris, Milão e Nova York. O objetivo é mostrar ao público, principalmente aos profissionais da indústria da moda, quais serão as próximas tendências.

No entanto, você sabia que já existe uma versão desse evento voltada para a moda sustentável? Isso mesmo, estamos falando do Eco Fashion Week, que vem com uma proposta bem diferente da semana de modatradicional.


A décima edição desse evento aconteceu entre os dias 9 e 14 de abril, do ano passado, em Vancouver, no Canadá. O objetivo do Eco Fashion Week, como vocês já podem imaginar, é incentivar o consumo de forma consciente, ainda que se trate da alta costura.

Nas passarelas, o público observa looks, feitos por estilistas, de marcas que buscam mostrar que é possível produzir lindas roupas, e ao mesmo tempo, conservar os bens naturais do planeta, como a água e o solo. A proposta inovadora é evidenciar que elementos vindos da natureza também podem ser usados como matéria-prima, o que não é muito comum na indústria da moda.


Além de assistir aos desfiles, o público conta com palestras como uma segunda atração. O tema é sempre voltado para a moda "do bem" ou eco-friendly, como também e chamada. E se engana quem acha que as roupas não são sofisticadas. As peças são super modernas, e o evento atrai celebridades, fotógrafos e estilistas do mundo inteiro.

A próxima edição do Eco Fashion Week ainda não tem data marcada, no entanto, vale a pena ficar de olho e acompanhar as tendências que essa semana de moda sustentável promete apresentar.


fonte: https://animimoda.com/eco-fashion-week/

terça-feira, 13 de junho de 2017

O futuro da moda é a sustentabilidade e a sustentabilidade é a nova moda



Resíduos químicos, produção em massa e consumismo são todos subprodutos de uma economia global industrializada alimentada pela obsolescência programada. Com a indústria da moda não é diferente. Ao longo das décadas, a tecnologia ajudou a indústria a atender a demanda crescente, tornando a produção mais eficiente e barata.



A superprodução que foi impulsionada pelas constantes exigências do fast fashion por novos estilos, levou a uma série de problemas adicionais como o aumento dos resíduos químicos durante a produção, juntamente com milhares de toneladas de resíduos de roupas usadas, descartadas ou doadas.

O mercado global de vestuário está avaliado em 3 trilhões de dólares, e é responsável por 2% do Produto Interno Bruto do mundo (PIB). A indústria da moda inclui outras categorias além da moda masculina, feminina, infantil e esportiva.No ano passado, o consumo mundial de têxteis atingiu cerca de 73 milhões de toneladas e deve crescer cerca de 4% ao ano até 2025 (APIC, 2014), mas apenas 20% dos tecidos são reciclados a cada ano em todo o mundo (Soex, 2014).O que fazer com toneladas de roupas que são jogadas fora todos os anos? Reciclar, reciclar e reciclar esse é o novo mantra da economia circular onde o que era lixo se torna novas fibras.

Enquanto isso, cada tonelada de roupas descartadas que são reutilizadas evita que 20 toneladas de CO2 entrem na atmosfera e cada 1000 toneladas de materiais têxteis recolhidos podem criar cerca de sete empregos fixos e 15 empregos indiretos.

A União Europeia está bem avançada no quesito sustentabilidade pois criou leis rígidas para eliminar o descarte de materiais têxteis nos aterros até 2020, exigindo que a indústria da moda crie novas alternativas de economia circular para reciclar toda essa matéria prima em novos tecidos e materiais. Por causa disso já estamos vendo muitas grandes marcas de moda colocando pontos de coleta de roupas em suas lojas.

Felizmente estão surgindo novas tecnologias de reciclagem química que transformam toneladas de resíduos de alimentos, roupas velhas e até esterco de vaca, em novos tecidos sustentáveis biodegradáveis para substituir os tecidos de algodão comum e poliéster que dominam 85% do mercado de moda e cuja produção não é sustentável.

Os designers de moda, no entanto, estão agora utilizando a tecnologia para criar roupas e acessórios ambientalmente conscientes, que oferecem um vislumbre do futuro e uma crítica a uma indústria poluente que em breve será forçada a resolver alguns dos problemas criados pela produção em massa.
A POLUIÇÃO DA MODA

O mercado de vestuário dos EUA é o maior do mundo com cerca de 28% do volume total. Muitas empresas aderiram ao modelo insustentável do “fast fashion” que ganhou força a partir da década de 90, onde os consumidores foram acostumados a encontrar roupas novas nas prateleiras quase todas as semanas, em vez de uma vez por temporada.

Mas enquanto a tecnologia permitiu que as empresas produzissem roupas de forma mais rápida e com menor custo, a rapidez do fast fashion ajudou a tornar a moda na segunda indústria mais poluente do mundo, atrás da indústria petrolífera, a segunda em consumo de água depois da indústria alimentícia e a primeira em obsolescência programada superando a indústria de eletrônicos.

Uma única peça de roupa cria uma grande pegada ambiental durante seu processo de vida que inclui a agricultura, colheita, produção, processamento, transporte, uso e descarte. Pesticidas na cultura do algodão, tintas tóxicas na fabricação e os resíduos das roupas descartadas nos aterros aumentam os custos ambientais de uma peça de vestuário.

Alguns materiais, como o algodão, são recicláveis e biodegradáveis, enquanto outros materiais sintéticos, como o nylon e o poliéster, são reciclados mas não são biodegradáveis. Mesmo lavando essas roupas sintéticas, podem enviar milhares de minúsculas fibras e produtos químicos para o oceano.


A BELEZA E ÉTICA NA MODA COM UM PROPÓSITO

Devemos repensar o ciclo de vida completo do vestuário para acabar com todo desperdício, criando novas tecnologias de produção onde todos resíduos podem ser reciclados e reintroduzidos na cadeia de produção de forma contínua de acordo com a economia circular. As tecnologias de produção de moda de economia linear, causaram o aumento em larga escala de resíduos.

Mas isso está começando a mudar. Estilistas como Eileen Fisher, Stella McCartney e Ralph Lauren estão tentando reformular as práticas da indústria, usando tecidos orgânicos ou tecidos feitos de reciclagem de materiais para reduzir o desperdício de água, energia, tempo e produtos químicos.

Outras empresas como a Levi Strauss, estão envolvidas em projetos que estudam seu impacto sobre o planeta. A Levi fez parceria com a startup Evernu para dissolver quimicamente roupas velhas para se criar uma nova fibra de qualidade para fabricar suas calças jeans, o que é uma alternativa sustentável para o uso intensivo de água na produção de algodão.

Outra parceria interessante da Levi foi com a empresa italiana fabricante de nylon Aquafil que desenvolveu um material sintético chamado Econyl feito 100% de resíduos de nylon regenerado obtido das redes de pesca retiradas dos oceanos.

Milhares de toneladas de jeans velhos podem agora ser transformados em novas fibras através da reciclagem e transformados num novo material bioplástico chamado DenimX que pode ser utilizado de diversas formas.

As grande redes de fast fashion estão se movimentado em direção a economia circular investido na recolha em suas lojas de roupas velhas para reciclagem além de tecidos feitos com algodão orgânico, algodão reciclado, poliéster reciclado e tecidos feitos de resíduos pós-industrializados. A H&M patrocinou o prêmio de economia circular Global Change Award 2015 para financiar as 5 melhores tecnologias para solucionar o problema dos resíduos na moda.
EM DIREÇÃO A UMA MODA FUNCIONAL

O crescimento das vendas de tecidos inteligentes está projetado para quase triplicar entre 2012 e 2018, para US $ 2 bilhões, enquanto as tecnologias vestíveis devem crescer para US$ 19 bilhões no mesmo período. Estamos vendo agora o desenvolvimento de tecidos chamados tecidos inteligentes, que são roupas infundidas com elementos tecnológicos que interagem com o usuário.

A tecnologia vestível cria novos nichos e possibilidades na moda pois cria novas capacidades multifuncionais para roupas e acessórios através de tecidos e materiais inteligentes. Nossas roupas se tornarão computadores vestíveis cuja tecnologia miniaturizada estará integrada a fibra têxtil de forma quase imperceptível se conectando a internet das coisas.

Essas inovações estão sendo estimuladas por grandes corporações, novas startups, escolas de design e universidades juntamente com designers, estilistas, cientistas, mídia e especialistas em tecnologia para unir a moda, ciência e a eletrônica.

A tecnologia vestível pode criar roupas que se auto-reparem quando furadas, roupas anti-odor que nunca se sujam e precisam de lavar poucas vezes, roupas que criam energia através do movimento do corpo e energia solar para alimentar dispositivos eletrônicos, roupas que mudam de cor, textura e estampa para eliminar a necessidade de comprar roupas novas e roupas que monitoram nossa saúde e exercícios físicos de forma eficiente.
UMA VISÃO PARA O FUTURO

Duas exposições recentes nos Estados Unidos promoveram a conversa sobre o futuro da moda e da tecnologia: o Museu de Belas Artes de Boston apresentou o #techstyle (06 de Março a 10 de julho de 2016) e Metropolitan Museum of do Art apresentou Manual x Máquina (5 de maio a 15 de agosto de 2016 ).

Ambas exposições ofereceram um vislumbre de como a tecnologia pode ser usada para redirecionar e reduzir o desperdício na moda como é o caso da empresa Bionic Yarn, que tece denim usando garrafas recicladas retiradas do oceano para a linha de roupas G-Star Raw for the Oceans. Outro projeto interessante foi o Nike Flyknit um tênis de corrida que é uma mistura entre arte e tecnologia.

O sapato é tricotado na forma do pé com fios feitos de garrafas de plástico recicladas gerando quase nenhum resíduo de material, com um excelente ajuste e vendido a um preço comercial. Essa tecnologia de tricô 3D torna a fabricação de moda e acessórios muito mais personalizável, prática e sustentável.



Aproveitando a tecnologia de tricô 3D utilizado pela Nike, a startup de calçados Rothy cria belos sapatos femininos feitos 100% de garrafas PET recicladas que também pode ser facilmente reciclados. A impressão 3D também foi tema nas duas exposições pois é vista como o futuro não só da indústria da moda mas de todas as outras.

Através das novas tecnologias de impressão 3D poderemos fabricar artigos de moda em larga produção de forma automatizada, barata e personalizada, sem emitir poluição, eliminando o desperdício, consumo de água e produtos químicos. A automatização das fábricas que produzem artigos de moda será algo comum em 2026 como mostra a tecnologia desenvolvida pela startup americana Softwear Automation e a fábrica automatizada Speedfactory da Adidas.



Com o surgimento de novas tecnologias de produção sustentável, é importante para os designers e estilistas utilizem essas tecnologias para criar produtos artesanais ou industrializados com um propósito que seja bom para o ambiente, mas também esteticamente agradável e acessível. Só então é que a indústria da moda poderá caminhar em direção a um futuro mais sustentável e inteligente.

http://www.stylourbano.com.br/o-futuro-da-moda-e-a-sustentabilidade-e-a-sustentabilidade-e-a-nova-moda/#.WQn1UXVXty8.facebook

A importância das sacolas ecológicas



A importância das sacolas ecológicas

Você sabia que as sacolas de plástico levam mais de 300 anos para se degradar no meio ambiente? Elas também são responsáveis por 10% de todo o lixo produzido mensalmente no Brasil. As bolsas ecologicamente corretas são uma forma sustentável de levar as compras para casa. A mudança de hábito parece difícil, mas na verdade é bem simples, basta que a sociedade crie, aos poucos, novos hábitos e procure o melhor substituto para as sacolas tradicionais.

As sacolas de tecido são reutilizáveis e, além de serem mais resistentes, aparecem como uma alternativa sustentável. A intenção é substituir, ou pelo menos reduzir o uso de sacolas plásticas nas grandes redes de lojas e supermercados. Ao utilizar as sacolas oxibiodegradáveis, além de minimizar os prejuízos ao meio ambiente, as pessoas entram na moda, pois as grifes já investem neste segmento, criando bolsas personalizadas e bonitas para cada tipo de material a ser carregado ou ocasião em que elas são utilizadas. Grandes marcas já disponibilizam o produto com belas cores e estampas que seguem as tendências das estações. As bolsas possuem diversos modelos que dão um charme especial ao consumidor na hora das compras.

A Santa Clara Ecológica é uma empresa especializada em sacolas e brindes feitos em tecido 100% ecológico. Possuímos nossos próprios teares onde são produzidos os tecidos 100% algodão reciclado que utilizamos na confecção das sacolas e outros brindes. Passeie pelo nosso site e conheça as nossas soluções ecológicas.




http://www.santaclaraecologica.com.br/a-importancia-das-sacolas-ecologicas/